quarta-feira, 15 de julho de 2009

Atividade de Química - 2ª Unidade


TIO TUNGSTÊNIO

Muitas das minhas lembranças de infância têm relação com metais: eles parecem ter exercido poder sobre mim desde o início. Destacam-se em meio à heterogeneidade do mundo por seu brilho e cintilação, pelos tons prateados, pela uniformidade e peso. Eram frios ao toque, retiniam quando golpeados.

Eu adorava o amarelo do ouro, seu peso. Minha mãe tirava a aliança do dedo e me deixava pegá-la um pouco, comentando que aquele material se mantinha sempre puro e nunca perdia o brilho. “Está sentindo como é pesado?”, ela acrescentava. “Mais pesado até que o chumbo”. Eu sabia o que era chumbo, pois já segurara os canos pesados e maleáveis que o encanador uma vez esquecera lá em casa. O ouro também era maleável, minha mãe explicou, por isso, em geral, o combinavam com outro metal para torná-lo mais duro. O mesmo acontecia com o cobre, que
era misturado ao estanho para produzir bronze. Bronze! – a palavra em si já me soava como um clarim, pois uma batalha era o choque valente de bronze contra bronze, espadas de bronze em escudos de bronze, o grande escudo de Aquiles. O cobre também podia se combinado com zinco para produzir latão, acrescentou minha mãe. Todos nós – minha mãe, meus irmãos e eu – tínhamos nosso menorá de bronze para o Hanuca. (O de meu pai era de prata).

Eu conhecia o cobre – a reluzente cor rósea do grande caldeirão em nossa cozinha era de cobre; o caldeirão era tirado do armário só uma vez por ano, quando os marmelos e as maçãs ácidas amadureciam no pomar e minha mãe fazia geléia com eles.

Eu conhecia o zinco – o pequeno chafariz fosco e levemente azulado onde os pássaros se banhavam no jardim era feito de zinco; o estanho, a pesada folha-de-flandes em que eram embalados os sanduíches para piquenique. Minha mãe me mostrou que, quando se dobrava estanho ou zinco, eles emitiam um “grito” especial. “Isto é devido à deformação da estrutura
cristalina”, ela explicou, esquecendo que eu tinha cinco anos e por isso não a compreendia – mas ainda assim suas palavras me fascinavam, faziam-me querer saber mais.

Havia um enorme rolo compressor de ferro fundido no jardim – pesava mais de duzentos quilos, meu pai contou. Nós, crianças, mal conseguíamos movê-lo, mas meu pai era fortíssimo e conseguia erguê-lo do chão. O rolo estava sempre um pouco enferrujado, e isso me afligia – a ferrugem descascava, deixando pequenas cavidades e escamas -, porque eu temia que o rolo
inteiro algum dia se esfarelasse pela corrosão, se reduzisse a uma massa de pó e flocos avermelhados. Eu tinha necessidade de ver os metais como estáveis, como é o ouro – capaz de resistir aos danos e estragos do tempo.

O texto foi extraído do romance - TIO TUNGSTÊNIO – MEMÓRIAS DE UMA INFÃNCIA QUÍMICA - no livro o médico inglês Oliver Sacks relembra a meninice passada em Londres nas décadas de 1930 e 1940, sempre às voltas com a curiosidade e o prazer das descobertas. A referência ao menorá revela as origens judia do autor, que discorre sobre os metais, sua paixão pueril.

Leia o texto atentamente e responda as questões abaixo:

A TABELA PERIÓDICA É UM INSTRUMENTO DE CONSULTA

1. Complete os espaços com os metais citados e sua posição na Tabela Periódica.


NOME DO METAL SÍMBOLO QUÍMICO FAMÍLIA PERÍODO

________________ __________ _______ ________
________________ __________ _______ ________
________________ __________ _______ ________
________________ __________ _______ ________
________________ __________ _______ ________
________________ __________ _______ ________
________________ __________ _______ ________

2. Podemos falar que o estanho e o chumbo possuem as mesmas características químicas?Justifique.
3. Cite três propriedades referentes aos metais.

4. Quem sou eu?
I. Sou metal, sou valioso,
E pelo homem sou cobiçado;
Mas na ânsia de me encontrar,
Ele deixa o ambiente ameaçado.
Sou da coluna 11, pode crer.
Consulte a tabela pra me conhecer.
Sou o ___________________. Meu símbolo é: _________
II. Sou do grupo da direita,
Os metais não são dos nossos;
Sou constituinte importante,
Do cérebro e dos ossos.
Se na coluna 15 procurar,
Vai ser fácil me encontrar.
Sou o ___________________. Meu símbolo é: _________
III. O oxigênio não gosta que eu brilhe,
Mas comigo se combina;
No sangue sou importante,
Sou parte da hemoglobina.
Sou do 4º peírodo, sou metal.
Quem eu sou afinal?
Sou o ___________________. Meu símbolo é: _________
IV. Embora você não perceba,
Me ingere junto com o sal;
Não gosto de muito papo,
Conservo a tireóide normal.
Só tem de me achar,
Se na dezessete procurar!
Sou o ___________________. Meu símbolo é: _________
ATENÇÃO:
REÚNAM-SE EM DUPLAS E RESPONDAM AS QUESTÕES PROPOSTAS ACIMA. COPIEM AS ATIVIDADES, RESPONDAM E ENVIEM PARA O E-MAIL: dlpantaleao@gmail.com ATÉ O DIA 29/07/2009 (PODE SER FEITO INDIVIDUALMENTE TAMBÉM). VALOR DA ATIVIDADE: 1,0).







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